Olhão, 17 de Abril de 2008
Quer se queira e goste ou não, os graffitis estão aí em Olhão e em força.
Impõem-se pela quantidade e muitos pela qualidade artística que apresentam .
É arte popular, é a arte que o povo vê e desfruta gratuitamente, todos os dias 24 horas por dia, que não está encerrada em museus ou galerias com horários disponíveis para quem não trabalha e entrada franqueada.
Hoje em Olhão , os grafitos , são dos elementos visuais da paisagem urbana o mais destacado. É a manifestação artística mais relevante de há muitos anos e em constante renovação pela sua pouca durabilidade.
Sobrepõem-se ao cubismo da forma e ao alvo branco das casas típicas degradadas que a autarquia teimosamente nega tomar medidas recuperadoras, tapam, decorando e animando em multicolor os paredões e muros esboroados em ruína dos restos de edificações industriais.
Os visualmente incomodativos e danosos rabiscos em locais menos apropriados visíveis a todos mas sobretudo ao coca-bichinhos são um micro do conjunto graffitado .
Mesmo algumas em montras envidraçadas, são-no em ‘buracos negros’ da paisagem urbana.
A força e pujança desta manifestação artística, com marca de juventude, não pode ser ignorada, e Olhão que este ano assinala 200 anos de uma enorme e igualmente manifestação de força e pujança do povo, poderia incluir nas suas Comemorações oficiais um desafio aos graffiters , o de apresentarem trabalhos inspirados no tema.
Deixo, como se costuma dizer, à consideração da Comissão Organizadora.
De António Paula Brito a 18 de Abril de 2008 às 21:46
Seria uma boa ideia para a CMO promover esse concurso de graffitis! Talvez um dia com outra Câmara...
Quando ao assunto em causa chamo a atenção que em 5 de abril de 2007 a APOS enviou uma carta ao CMO onde falávamos dos graffitis mas claro que não houve resposta. A carta rezava assim:
Os grafittis são uma preocupação crescente para muitos olhanenses.
Trata-se de uma actividade difícil de combater, e que alia o vandalismo ao impulso positivo da expressão artística, por vezes de grande qualidade.
Sendo uma actividade com causas e condicionamentos complexos exigem diversas soluções complementares nomeadamente:
* Actividades de enquadramento artístico para os seus autores de forma a afastá-los da marginalidade (organização de concursos em locais apropriados, definição de locais próprios para grafittis, colocação de placards próprios, etc.);
* Actividades policiais que deverão ser lideradas pela própria autarquia e não pelos proprietários dos imóveis vandalizados.
Comentar artigo