Olhão, 20 de Julho de 2008
Como bom português vou entregar a minha proposta mesmo na data limite, não enjeito fazer até lá alterações porque até podem aparecer aqui comentários de dar a mão à palmatória.
O segredo com que a C.M. Olhão tem agido neste caso, o desconhecimento geral da existência desta consulta pública e o tempo sonegado ao exercício deste direito de cidadania cria uma participação expectável reduzidíssima, o que não é de estranhar com estes democratas de papel instalados na edilidade.
O documento em apreciação, já o linquei no artigo anterior, mas a APOS também o colocou na net, num formato mais prático que pode ser acedido a partir daqui e criou um espaço para debate onde pode ir lá ter aqui .
Alterações:
Zona Histórica de Olhão
O que se entende por Zona Histórica (edificada) da Cidade de Olhão é indispensável explicitar, tanto mais que é variável a dimensão da área que abrange conforme a perspectiva que se aceitar.
Num sentido amplo é toda a cidade, tudo nela faz parte da sua história, até o presente que está a decorrer, num sentido muito restrito só estará incluído o que resta edificado, do núcleo populacional originário de Olhão e que nos reporta para 200 atrás.
Não é nenhuma destas ideias que permite fundamentar um PP consistente a permitir requalificar e conservar o Património Histórico mais significativo numa perspectiva dinâmica, e este deverá ser entendido como o conjunto dos aglomerados (bairros, arruamento, cercas, etc.) urbanos, edificações civis, de uso privado, comercial ou industrial e públicas do Estado ou Municipais, até à Rua, Largo ou Travessa representativos da História da gente desta cidade, porque a História é mesmo de pessoas que trata e neste caso de onde e como viveram e construíram os que aqui tem vivido, ao longo dos anos, desde a sua fundação/criação até ao período recente de maior pujança, que se poderá fixar aí pelos meados do séc.XX.
Este Património não está todo em monte, porque também não foi construído emparelhado e em fila, está geograficamente espalhado na actual Cidade e a delimitação não tem que obrigatoriamente ser um polígono, com o solo contíguo, e pode ter nichos afastados e descontínuos dentro da Cidade.
Há edifícios na cidade que não estando qualificados ou ainda em vias disso mas que com todo o direito podem vir a sê-lo e que nada obsta que não sejam desde já incluídos na Zona de Intervenção, para que passem a gozar de proteção.
Delimitação da área de intervenção.
1- A norte a delimitação deve passar para a frente sul da linha da CP, no troço R. 18 de Junho e a R. Almirante Reis, cobre uma área que correspondeu a um importante desenvolvimento urbano, reflexo duma melhoria substancial das condições de vida de certo operariado e outros trabalhadores ligados à indústria conserveira e actividades conexas e marca da 1ª intervenção significativa do município olhanense em termos de gestão e planeamento urbano e com forte inclusão dos elementos arquitectónicos tradicionais da parte mais velha da vila de então;
2- Inclusão da actual Biblioteca Municipal de Olhão, instalada no que foi o Hospital de Olhão, propriedade da memória e indissociável dessa memória, a dos pescadores olhanenses, e também das outras gentes, pela sua qualidade e singularidade arquitectónica e beleza, assim como ao espaço envolvente particularmente a sul pois corre o perigo de ser por aí emparedado;
3- Chalé Saias na R. Dâmaso da Encarnação, como representante e dos últimos de pé, da residência do industrial conserveiro olhanense dos tempos áureos de Olhão;
4- Fábrica de conservas frente à bomba Cepsa, na Est. 125, único exemplar de edificação industrial das conservas, com o bairro operário anexo e anterior a 1950, que ainda está em perfeitas condições edificabilidade;
5- Infantário M.ª Helena Rufino, na R. Dâmaso da Encarnação, edifício quase único em Portugal, no seu estilo arquitectónico, e mundialmente referenciado pelos especialistas.
Núcleos com protecção especial no PP
Nos “TRABALHOS E METODOGIA A CONSIDERAR” (p4) deve ser incluída a inventariação dos conjuntos construídos, homogéneos, e contínuos com alguma dimensão com as características típicas do cubismo olhanense, que terão regras próprias com vista à conservação, manutenção das características próprias e torná-los auto-sustentáveis como núcleos urbanos residenciais e de lazer com actividade económica integrada na tipologia arquitectónica.
Onde o cubismo olhanense seja entendido como foi definido pelo olhanense, Francisco Fernandes Lopes, que pode ser visto na internet em: http://www.olhao.web.pt/Patrimonio/CubismoFFL.htm , mas que pode, resumidamente, ficar assim: casas, brancas, pequenas e grandes, fechadas por um terraço-soteia, com parapeito alto, com acesso pelo quintal ou de dentro da própria casa e acabando numa “guarita”, em pangaio, sob o qual na face plana do topo que é um pequeno terraço, que tambem pode ter parapeitos formando então o chamado mirante onde sobre este pode ainda aparecer novo mirante, o contra-mirante.
e por enquanto fica por aqui.
Basicamente concordo com tudo.
Para clarificar a zona histórica em causa deixo neste link (
http://www.olhao.web.pt/mapaZonaHistorica.htm) um mapa onde se encontra exposto a delimitação proposta pela CMO e a delimitação que eu proponho.
Trata-se por enquanto de uma mera proposta pessoal que fica para discussão.
Sr. A. Paula Brito li a página http://www.olhao.web.pt/mapaZonaHistorica.htm mas ainda com pouco tempo para a estudar e entre o que subescrevo no geral encontro numa rápida vista uma lacuna que passo a tentar explicar: em Olhão, no edificado com as características do "cubismo" conforme estamos de acordo na sua defenição, há edifícios 2 tipos de edifícios: os genuinamente típicos, localizados na Barreta, de cor branca inclusivé as fachadas sem lugar para o azulejo brilhante colorido ou não e os de fora da Barreta a norte desta e na banda do Levante onde as casas já tem outra arquitetura com profusa incorporação dos elementos cubistas mas onde o azulejo nas fachadas é campeão e construídas posteriormente.
É neste aspecto que eu na minha proposta/artigo, proponho a inclusão dos Núcleos com proteção especial no PP nos "Trabalhos e metodologia a considerar", ponto 6 dos Termos de Referência.
Uma das consequências práticas é o Plano de Pormenor a elaborar distinguir dentro da especificidade cubismo nas edicações de Olhão a particularidade do cubismo na Barreta.
Julgo ter-me feito entender melhor, mas sou todo ouvidos e olhos.
rc
De António Paula Brito a 21 de Julho de 2008 às 19:40
De facto, além da arquitectura popular olhanense cubista dos bairros da barreta e levante há ainda outros núcleos interessantes também a preservar como a R. Manuel Ramires (ex-Rua Nova do Levante) com casa aburguesadas cujo estilo é diferente.
Évora tem um plano de pormenor da sua zona histórica há muitos anos onde são classificadas zonas a conservar, e fora dessas zonas edifícios isolados ou apenas fachadas e pormenores a conservar.
Actualmente, uma zona que foi nobre e poderia ser uma boa razão para atrair turistas mas que agora está muito descaracterizada é a Av. da República e a Av. Bernardino da Silva. Neste caso, assim como noutros as regras deverão ser diferentes da Barreta. Aliás nas Avenidas assim como noutros locais poder-se-iam definir regras que poderiam deixar que houvesse demolições de edifícios antigos mas com a construção no local de edifícios com características olhanensistas.
O que é desejável é que as características interessantes que dão especificidade a Olhão sejam preservadas para vender a imagem turística de Olhão e criar riqueza associada.
Mesmo nos bairros mais cubistas julgo não ser desejável que se mantenham algumas técnicas antigas como por ex. a caiação anual. É desejável que sejam utilizados novas técnicas e novos materiais que facilitem a vida às pessoas e dêm maior comodidade às suas casas.
O que é importante é que Olhão no futuro tenha uma caracterização ainda própria e específica.
Uma coisa mal feita foi aprovar as construções de hoteis e apartamentos turísticos junto à Marina sem qualquer especificidade olhanensista. Aqueles prédios turísticos que agora estão a crescer junto à marina poderiam ter sido feitos em qualquer lugar do mundo pelo que perdem logo à partida a oportunidade de serem vendidos como algo especial...
Para facilitar vou tentar deixar aqui o link clicável do mapa http://www.olhao.web.pt/mapaZonaHistorica.htm (http://www.olhao.web.pt/mapaZonaHistorica.htm)
Se mesmo assim não funcionar sugiro que cliquem no meu nome para irem directamente ao mapa.
De Anónimo a 23 de Julho de 2008 às 08:06
desde quando o posto da polícia e os blocos de apartamentos do Pratas são património histórico ?
ok
vou aceitar a sugestão implícita no comentário.
Vou propôr a exclusão do posto da PSP, casas da polícia mais os blocos de apartamentos a levante dos anteriores da Zona Histórica de Olhão.
rc
De floripes a 23 de Julho de 2008 às 14:30
os blocos de apartamentos do pratas, e de outros ,só foram construidos graças ao desinterresse da CMO,em preservar uma zona histórica,para o qual não estão motivados,assim como a destruiçaõ dos magnificos exemplos de arte nova que existiam na av.dr.bernadino da silva.para se costruirem autenticos caixotes como os da zona da marina,que nada dizem há arquitectura olhanense.
quanto ao que o antónio propõe de acabar com a caiação dos edificios, da zona da barreta e do levante,penso que é errado pois é uma tradição que se devia manter viva. Deviam-se era criar cursos para ensinar pessoas a caiar e em vez de se dar rendimentos minimos, por as pessoas a produzirem algo de bom para a cidade,assim como oficinas de restauro das portase janelas em madeira,,e porque não reativar a ultima fundição olhanense para criar uma serie de peças que emolduravam as portas janelas e balustradas das antigas casas.
devia-se era estudar porquê que as molduras das portas e janelas que emitavam as cantarias ,não eram de outra cor além do cinzento e com a chegada dos estrangeiros que recuperam algumas casas ,mas ao mesmo tempo adulteram as cores jenuinas do cubismo olhanense.
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