Olhão, 24 de Junho de 2008
Quando Deus criou o mundo e andou a fazer a criação das espécies em sete dias enganou-se, só para a espécie humana devia ter dado um tempo mais dilatado e dedicado mais atenção para que a cada um fosse destinada uma função útil e adequada às suas capacidades.
É que criou uns exemplares que não abonam a favor do criador, que estorvam a harmonia e o bem-estar que deve reinar entre os seus pares.
E se não é pedir muito: pelo menos que os não enviasse para Olhão.
Os edis de Olhão mais o seu chefe (haverá excepção?) decididamente estão neste grupo.
Ignoram a principal razão da existência do cargo que ocupam: servir os cidadãos munícipes.
Inauguraram e abriram ao público uma biblioteca que passados oito dias não dispõe qualquer funcionalidade do que espaço de leitura dos jornais diários, o que qualquer café tem. Livros contam-se por quatro quarteirões mais um. Acesso á Internet e meios multimédia só com promessa para quinze dias depois da inscrição, o tempo que os serviços prometem que o cartão leva a estar pronto. Regulamento de funcionamento, nicles. Informação mínima sobre utilização dos serviços, nada, nem o horário de funcionamento.
Assim este novo edifício não passa de uma pato-bravisse.
O elemento humano, os utentes são ignorados.
Lição n.º 1: Deus errou no vereador da Cultura mais o seu chefe.
Lição n.º 2: (conclusão antecipada mas não menos certa): Deus errou com o vereador da Cultura mais o seu chefe, com a construção do Auditório Municipal, com os futuros: Centro da Inovação e Desenvolvimento e o Museu do Mar e da Ciência, porque o destino é o da Biblioteca. Já assim é com a Ecoteca / Museu João Lúcio, que até hoje não conseguiu ter um programa próprio de actividades e onde quase só à custa dos professores que levam para lá as suas crianças, mexe. Outra pato-bravisse.
Lição n.º 3: Invocam políticas locais de sustentabilidade mas só colocam o turismo e construção civil conexa como paradigma do desenvolvimento para Olhão, quando está perfeitamente identificado o calcanhar de Aquiles do Algarve: a mono actividade turismo. O dormitório e concelho pobre de rendimentos pessoais que Olhão é, precisa de actividades industriais e de serviços permanentes, como prioridade. Continua a cheirar e muito de pato-bravisse, e aqui do chefe, veja-se a zona ribeirinha que F. Leal
não fala, e o destino da Quinta de Marim e a sua zona arqueológica pré-histórica. Aqui para alem de pato-bravisse também há muita bacoquice rústica.
Lição n.º 4: Tomam como seu o que não é deles. Não como os vulgares criminosos, que a esses Deus não se esqueceu pois deu instruções para os Estados criarem tribunais, mas como gestores da confiança que os eleitores lhes deram. Administram, gerem, fazem e desfazem sem dar contas, sem prestar informação, que não seja a cirúrgica e convenientemente por diligentes escribas (não me convenço que seja o caso:
um,
dois). São históricas as Assembleias Municipais com as respostas do chefe à solicitação de esclarecimentos. Tem um site cuja característica da maior parte dos links é direccionar para “em breve” e na 1ª página só estar actualizada a farmácia de serviço e a previsão do tempo, e nisto não são responsáveis, porque o habitual é velho para mais 15 dias, é só confirmar
aqui, tem lá data
(no fundo à dirt.) .
Lição n.º 5: Não partilho do conhecimento, com Deus, dos seus desígnios mas estou desconfiado que não vai aturar mais esta situação e que vai rever a criação para distribuir melhor a justiça.