Olhão, 21 de Junho de 2008
Porque encontrei neste comentário algumas considerações que tocam em pontos que considero importantes, sobre a nova Biblioteca de Olhão, trago-o para esta área deste blog para replicar com maior visibilidade.
No dia 19 infelizmente a Biblioteca continuava a um décimo do gás e julgo que assim será por ainda semanas ou mesmo meses...
Para mim, para além da construção das paredes não sei se esta CMO terá competência para a gestão da Biblioteca. A CMO tem funcionado sempre como dono de obras mas nunca como gestora competente do património que tem.
Veja-se o caíque: foi feito mas depois... encosta-se! Não há gestão deste património para a promoção de Olhão...
Sr. A. P. Brito gostaria de subscrever ipsis verbis o seu comentário mas não posso fazê-lo sem resposta.
Onde o Sr. tem dúvida, eu tenho certeza. Onde V. tem certeza , eu tenho dúvida.
V. não sabe se a CMO tem competência para gerir a Biblioteca, eu sei que não tem.
Basta reparar nas condições em que a Biblioteca abriu, sem condições mínimas de funcionamento: sem livros; sem pessoal habilitado; sem procedimentos agilizados e funcionais.
Sem livros, em papel, poderemos ter uma biblioteca virtual, como até a APOS no seu site já começa a ter, e para tal não precisou de centenas de milhares de euros.
Sem livros e com acesso aos recursos informáticos diferidos para uma semana depois de o visitante/leitor/utilizador manifestar a intenção de querer usufruir dos serviços disponibilizados pela Biblioteca é desmotivador para lá voltar nos próximos tempos.
Sem pessoal habilitado (visível e presente, se há, é tímido e não se dá a conhecer) , que oriente, encaminhe e nos primeiros dias que ciceroneie os visitantes no edifício e no desígnio da Biblioteca, sobretudo porque os componentes essenciais ainda não existem ou não funcionam.
Mas também, já, com pequenos mas notórios indícios de falta de estratégica de gestão cultural e visão do que pode ser e deve ser a Biblioteca Municipal.
Começando pelo horário que exclui quem trabalha, pelos menos até às 23 horas, em funcionamento normal é normal.
A falta de uma caixa para recepção de sugestões, um placard para afixação de mensagens e anúncios para comunicação com os utentes e entre utentes, é indiciador do que vai ser a intercomunicação: direcção vs utente, da vontade em deixar participar os utentes no funcionamento e actividade da Biblioteca.
A ausência de um programa de actividades, com iniciativas de dinamização em actividades culturais e de ensino/formação elementar na utilização dos meios informáticos é dizer aos utentes “ esta biblioteca é só para: se sabes ler, podes ler os livros que não existem, se não sabes mexer nos computadores, não lhes toques que avariam (adicionalmente: isto não é para a tua idade) ”.
Quanto à construção das paredes, V. vê competência eu encontro dúvida.
Aceitando o projecto de conversão do antigo hospital para biblioteca como bom, com a demora da abertura da Biblioteca não terá havido atraso na obra? Terá havido derrapagem financeira? E, antes terá sido ao melhor obra/custo e outras condições de adjudicação?
Tenho as minhas sinceras dúvidas. A CMO, pratica uma opacidade na gestão dos seus negócios, com omissão de informação pública que não seja a mínima legalmente obrigatória, é geradora de suspeições sobre a honestidade de alguns envolvidos nos processos, e elas em Olhão são vox populi em tudo o que a edilidade se mete.
A transparência essa de certeza que não tem residência fixa na Câmara.